Um Head of People (gestor de pessoas em português) é uma peça-chave nas corporações. O(a) profissional trabalha para desenvolver a equipe e alcançar as metas estipuladas pela organização através da contribuição do capital humano. Contudo, é preciso se desprender da velha ideia de Diretor de RH. Mas como desenvolver aptidões para ser um profissional de destaque nesta área?
Primeiramente, devemos lembrar que os termos usados no setor de recursos humanos mudaram muito nos últimos anos. Além de Head of People, temos HR Business Partner (Parceiro de Negócios do RH), Coordenador de RH, entre outros.
Na verdade, não se tratam de termos da moda, mas sim novas denominações acompanhadas de mudanças estratégicas dentro do setor de Gestão de Pessoas. Aliás, esse é o termo mais usado na atualidade, pois casa com o conceito de equipes mais autônomas e colaborativas.
O que é Gestão de Pessoas?
Primeiramente, para entender o conceito de Gestão de Pessoas é importante compreender como o termo Recursos Humanos é visto.
Muitos o consideram uma “ressaca” dos anos 50. Isso porque ele foi criado pelo professor, consultor e escritor Peter Drucker neste período e continua sendo utilizado até hoje.
Seja pelo hábito ou pelo que ele representa, o termo “Recursos Humanos” está muito associado à ideia de um departamento burocrático, que dita normas de cima para baixo e que exerce um papel de “polícia” sobre tudo aquilo que os funcionários podem e não podem fazer no espaço corporativo, seja ele presencial ou remoto.
Na visão moderna e estratégica, a Gestão de Pessoas é a área responsável por administrar o capital humano das empresas.
Mesmo que pareça clichê falar que as pessoas são o bem mais valioso de uma empresa, é necessário lembrar que elas são responsáveis pelo sucesso ou pelo fracasso de uma organização. É delas que se ramificam muitos outros resultados, sejam na área comercial, financeira, administrativa, jurídica, marketing, entre outras.
Quais os objetivos da Gestão de Pessoas?
Portanto, os objetivos da Gestão de Pessoas vão além da administração dos funcionários, com suas demandas diárias e atribuições desejadas. Veja, em suma, os principais objetivos da Gestão de Pessoas:
- estar em sintonia com as equipes;
- identificar os perfis mais adequados à cultura e focar em ações de engajamento;
- apoiar a organização no alcance de metas;
- integrar o setor com as estratégias do negócio;
- contribuir com o desenvolvimento de uma cultura de alto desempenho;
- assegurar que haja mais pessoas talentosas e motivadas na equipe;
- criar um clima de confiança mútua;
- incentivar a aplicação de uma abordagem ética no gerenciamento das pessoas.
E, então, você consegue identificar esses pontos no seu RH hoje?
Qual a diferença entre Gestão de Pessoas, RH e Departamento Pessoal?
Embora a aplicação dos termos seja parecida e confunda muitas pessoas, cada uma delas tem suas próprias características. Confira o resumo a seguir:
Gestão de Pessoas: conceito ligado ao gerenciamento do capital humano de uma empresa, atribuindo autonomia e incentivando a colaboração nas decisões, dentro de um contexto de relações horizontais;
RH: foco maior no planejamento, organização e controle de processos (e não pessoas), desde recrutamento e seleção até planos de desenvolvimento;
Departamento Pessoal: abrange a parte burocrática de uma organização, com o detalhamento de folha de pagamento, direitos trabalhistas, admissão e desligamentos de funcionários.
O que faz e quanto ganha um Head of People?
Antes de entender as demandas do mercado para este profissional, é interessante entender como está a empregabilidade do Head of People, além de remuneração e as suas principais funções.
Em uma busca no LinkedIn identificamos 78 vagas nesta área. O salário gira em torno de R$ 9,2 mil, segundo o GlassDoor. Aproveite para ver agora algumas das suas atribuições:
- Estruturação da área de Recursos Humanos;
- Mudança de procedimentos e implantação de processos;
- Criação e acompanhamento de estratégias em recrutamento e seleção;
- Definição e implantação de políticas de cargos, salários e benefícios;
- Definição e implantação de processos de desenvolvimento de pessoas;
- Monitoramento das políticas de Recursos Humanos e Governança Corporativa Interna;
- Acompanhamento de projeto de endomarketing juntamente à área de Marketing;
- Desenvolvimento de estratégias para retenção de talentos;
- Acompanhamento de estratégias de employer branding.
Como se tornar um Head of People de sucesso em 7 passos
1. Ter experiência de sênior em Recursos Humanos
Por se tratar de um cargo de liderança, é interessante que o Head of People tenha um vasto conhecimento na área de Recursos Humanos e Governança.
Dessa maneira, o profissional também terá conhecimento de subsistemas do RH, como Departamento Pessoal, área de recrutamento e seleção, desenvolvimento de pessoas, entre outros.
2. Conhecer metodologia ágil
A Gestão de Pessoas conversa muito com o conceito de RH Ágil. Trata-se de uma abordagem de Recursos Humanos focada mais em pessoas, redes colaborativas, ações motivacionais e outros elementos. Nesse contexto, é importante que o Head of People conheça as aplicações da metodologia ágil para adotá-las dentro da equipe.
3. Ter proatividade
No ambiente de Gestão de Pessoas é necessário que as ações sejam proativas e não reativas. Um exemplo é o recrutamento e seleção de pessoas para substituir os funcionários desligados da organização. Esta, por sua vez, é uma ação reativa, ao passo que o Head of People pode trabalhar ações estratégicas para reduzir a taxa de turnover. Certamente, esse esforço não depende apenas do gestor de pessoas, mas ele também pode contribuir para ter ações mais assertivas na retenção de talentos.
4. Possuir familiaridade com as soluções tecnológicas
Um gestor de pessoas também precisa estar alinhado às soluções tecnológicas oferecidas pelas empresas parceiras. Sendo assim, é importante conhecer as HR Techs de recrutamento e seleção, de gestão de benefícios, de on/offboarding, entre outras. Além disso, o Head of People pode adotar plataformas digitais de treinamentos internos, otimizando o tempo da equipe.
5. Apresentar perfil analítico
Nem sempre as boas práticas de Gestão de Pessoas podem surtir efeito na sua organização (como você verá ainda neste conteúdo). Portanto, é necessário analisar as soluções apresentadas dentro do contexto da empresa, da equipe, do momento financeiro que ela está vivendo, entre outras análises.
6. Criar ambiente colaborativo
Como você viu, é necessário criar um ambiente colaborativo para que os funcionários se sintam à vontade para opinar e se engajem mais na empresa. O velho conceito de RH, com decisões unilaterais, está perdendo espaço no RH moderno e estratégico. Sendo assim, é central que a liderança desta área tenha uma mente mais aberta e propícia a sugestões de todos os colaboradores.
7. Desenvolver uma visão humanizada
O gestor de pessoas deve, acima de tudo, ter uma visão humanizada. Afinal, as ações da sua área impactam na equipe e na rede de cada pessoa. Portanto, a empatia é fundamental para entender quais caminhos seguir diante de um impasse, esforçando-se para oferecer soluções que equilibrem as necessidades da empresa e das pessoas.
O que um Head of People não deve fazer?
Agora que você viu os principais pontos para se desenvolver como um Head of People, bem como o contexto do conceito de Gestão de Pessoas, confira um trecho de uma entrevista da Head of People da Ada Support, Chelsea MacDonald, ao site Version One. Ela fala sobre os três pontos que um profissional que quer se desenvolver nesta área não pode fazer. Confira.
Não siga cegamente as boas práticas de RH: afinal, quais são as evidências por trás das melhores práticas? Sempre se pergunte como isso seria único dentro de sua organização e como você medirá o sucesso de qualquer coisa que tentar.
Não espere que as pessoas façam algo porque lhes foi dito para fazê-lo: nós sabemos que devemos comer bem, dormir 8 horas por noite e se exercitar todos os dias, mas a maioria de nós não faz tudo isso. Portanto, dizer às pessoas como ser um gerente melhor não funciona se você não descobrir como apoiar a mudança de comportamento.
Não faça isso sozinho(a): para escalar, você precisa fornecer às pessoas as ferramentas para impulsionar seu próprio desempenho, bem como o desempenho de suas equipes.
Conclusão
Ao pensar nas atribuições e pontos de desenvolvimento de um(a) Head of People estamos pensando no próprio crescimento da empresa e na sua escalabilidade.
Desse modo, ser um profissional de sucesso nesta área depende de muito esforço, estudo, mente aberta e empatia.
E, como falamos, um dos aspectos importantes da atuação deste profissional é estar familiarizado às soluções tecnológicas do mercado.
Nesse sentido, apresentamos agora a Coodesh, que possui uma plataforma de recrutamento e seleção de desenvolvedores e outros profissionais de tecnologia para startups e empresas.
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