O Manifesto Tech é um movimento nacional apoiado por escolas, startups e comunidade tech em defesa da contratação de desenvolvedores em nível de primeiro emprego, bem como a cultura de crescimento contínuo dentro das empresas. A medida visa reduzir os efeitos da escassez de mão de obra na área de tecnologia. Confira neste conteúdo todos os detalhes.
Estima-se que até 2027, conforme a Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais), o setor tech vai gerar 800 mil vagas no cenário brasileiro.
Segundo a Alura, que é idealizadora do Manifesto Tech, cerca de 500 mil dessas vagas esperam por desenvolvedores(as) para preenchê-las. Contudo, o número de profissionais com formação na área é menor. A própria Brasscom calcula que o Brasil forma, em média, 46 mil pessoas desenvolvedoras por ano.
E enquanto não há profissionais suficientes no mercado, o que fazer? A saída pode estar na contratação de pessoas menos experientes. Elas podem ser treinadas no dia a dia através de uma mudança de cultura das empresas visando o crescimento contínuo dentro de equipes colaborativas.
Confira a live de apresentação do manifesto.
Qual é o coração do Manifesto Tech?
Antes de ler esse trecho do texto, você pode conferir o Manifesto Tech na íntegra clicando aqui. Mas, em síntese, o que você precisa saber é que os pilares do Manifesto Tech são:
- Contratar pessoas em desenvolvimento, e não só as experientes;
- Promover cultura de crescimento com aprendizado contínuo;
- Habilitar essas pessoas a entregarem valor em projetos reais.
Portanto, a proposta é propiciar condições para que os desenvolvedores encontrem oportunidades no ecossistema das startups, ao mesmo tempo em que as empresas podem desenvolver seus projetos e atender aos seus clientes com produtos e serviços tech de qualidade.
O movimento, aliás, é uma característica do atual mercado brasileiro. A pandemia da Covid-19 acelerou a busca por serviços digitais. Diante disso, as startups precisaram aumentar seus quadros de desenvolvedores. Contudo, hoje o mercado vivencia uma grande concorrência entre os desenvolvedores de nível avançado, ao passo que os DEVs Júnior não conseguem emprego.
Por essa razão, o movimento gira em torno da promoção de empresas-escola, compreendida como aquela organização que ensina o desenvolvedor em alguma stack mais pontual e necessária para o seu produto.
É comum, por exemplo, já vermos big techs promovendo treinamentos de Front-end, Back-end ou Full-stack para pessoas interessadas. As que mais se destacam acabam conseguindo emprego na própria startup.
No entanto, esse movimento ainda não corresponde a todas as organizações devido a muitas questões, entre elas a financeira.
Mas a ideia do Manifesto Tech é incentivar as empresas que contratam desenvolvedores a serem mais receptivas com os desenvolvedores inexperientes.
Importância do Manifesto Tech para as startups
Uma das justificativas do Manifesto Tech é que as startups precisam assumir o protagonismo na transformação do mercado.
Assim, devem mudar a cultura para tornarem-se empresas-escola, desenvolvendo as pessoas de forma sustentável.
Portanto, é mais produtivo contratar desenvolvedores Júnior e treiná-los com o tempo do que competir pelos desenvolvedores Sênior ou deixar a vaga em aberto por meses.
Dessa forma, as empresas conseguem manter seu nível de excelência e não ter quedas de produtividade nem perder espaço para os seus concorrentes.
O próprio Manifesto Tech aponta que não é um framework nem um checklist, portanto, pode ser implantado conforme a necessidade de cada organização, adaptando-se de acordo com o perfil de cada empresa.
No entanto, é preciso ter um alinhamento interno para garantir que o desenvolvedor iniciante seja realmente treinado e capacitado para a vaga. Tanto a empresa deve se empenhar quanto o DEV precisa garantir que se esforçará para dominar uma nova tecnologia.
Importância do Manifesto Tech para os desenvolvedores
Nesse sentido, os developers podem ser beneficiados, pois ganharão experiência, novas habilidades, uma colocação profissional, a possibilidade de treinar seus conhecimentos em desafios reais e, sobretudo, autonomia financeira.
Muitos desenvolvedores iniciantes se queixam que as vagas para Júnior exigem conhecimentos avançados, o que é um contrassenso.
Com a conscientização desejada pelo Manifesto Tech, as empresas precisam rever seu posicionamento nos requisitos das vagas abertas.
Assim, de modo geral, tem-se uma relação de ganha-ganha na qual os desenvolvedores podem conquistar seu emprego desejado, e as startups escalar seus resultados.
Importância da diversidade e inclusão
O Manifesto Tech também se atenta ao capítulo Diversidade e Inclusão. Isso porque os signatários do manifesto consideram que este é o momento ideal de promover equipes mais diversas já que as empresas poderão se abrir mais para pessoas com perfil iniciante.
Aliás, esse é um tema em evidência há muito tempo nas empresas que estão buscando formas de ter equipes mais diversas desde a fase que antecede o recrutamento. Assim, muitas organizações preparam processos seletivos apenas para mulheres, pessoas pretas ou PcDs, por exemplo.
“A inclusão de grupos sub-representados leva a um futuro mais justo. Mas vamos além: times, empresas e o mercado com mais diversidade são essenciais para resolver os desafios mais complexos do mundo da tecnologia”.
Manifesto Tech
Quem já assinou e como contribuir
O Manifesto Tech foi lançado com os seguintes signatários:
- 42SP
- Alura
- Campus Code
- Coodesh
- Cubos Academy
- Full Cycle
- GeekHunter
- Gupy
- Idwall
- Lambda3
- Mastertech
- PicPay
- PM3
- Rebase
- Reprograma
- Rocketseat
- Secretaria de Educação do Paraná
- Sirius
- Thoughtworks
- Toti Diversidade
- Vindi
- Zup
No entanto, a ideia é atualizar o documento a cada dois meses. Para isso, as empresas e até DEVs interessados podem dar suas contribuições acessando o link https://github.com/manifestotech/manifestotech.
Como a Coodesh participa do Manifesto Tech?
A Coodesh é uma das signatárias do Manifesto Tech porque acredita na importância da formação de empresas-escola com foco na melhoria do mercado de tecnologia no futuro próximo.
Conhecemos bem os dois lados do balcão – empresas e desenvolvedores – e acreditamos que contratar pessoas do nível Júnior e treiná-las é melhor do que disputar os profissionais seniores do mercado.
Em nossa plataforma para empresas, os nossos parceiros possuem uma isenção de taxa por contratado (Taxa de Sucesso) ao contratar Desenvolvedores Candidatos iniciantes / júnior. Ou seja, a Coodesh não monetiza ou cobra de seus clientes que estão contratando desenvolvedores validados na plataforma em início de carreira.
Geralmente são os perfis que estão buscando a sua primeira empregabilidade ou estão em seu primeiro ano de experiência no mercado tech. São ex-alunos de escolas conceituadas como a Alura, Gama Academy, Rocketseat, LeWagon e Trybe.
Além disso, sabemos que o aprendizado contínuo é mais interessante que o conhecimento prévio para uma vaga. E, sobretudo, que as startups podem ofertar projetos mais acessíveis do que stacks mais complexas para os seus desenvolvedores com menos experiência, porém ávidos por aprender e colocar a mão no código.
No cenário onde temos mais pessoas se formando ou em transição de carreira ficará sempre mais inalcançável adquirir talentos altamente preparados (famoso profissional que “chega jogando”).
Portanto, acreditamos que precisamos analisar o momento atual de cada pessoa desenvolvedora colocando em evidência a capacidade de se autoavaliar sobre as habilidades recém-adquiridas e analisar comportamentos sobre flexibilidade e adaptação. Assim, a empresa pode adaptar o melhor encaixe de Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) para esses profissionais após a contratação.
Safe Projects
Com a evolução das linguagens e frameworks, fica cada vez mais fácil ter Safe Projects (como um projeto interno) para que os DEVs iniciantes tenham um local seguro para se adaptar ao ambiente de desenvolvimento da empresa.
Por exemplo: se a empresa contratar um Front-end Developer em nível iniciante, ela deve oferecer um período inicial de aprendizado/onboarding para que o profissional conheça o Safe Project (ambiente onde estão os padrões e técnicas mais comuns que a empresa usa no Front-end, seguindo esse exemplo).
Assim, em suas primeiras práticas de entrega, a pessoa iniciante vai atuar com recorte de HTML, CSS e editar o template do Design System. Só então, ela irá ao projeto principal com as Libs e maiores complexidades do projeto. Hoje qualquer líder tech ou CTO tem capacidade suficiente de deixar ambientes seguros para treinos, criar plano de evolução interno para colaboradores e documentação de onboarding para novos developers.
Conclusão
Em suma, a implantação do Manifesto Tech na organização pode gerar, a princípio, entregas aquém do esperado. Mas com o passar do tempo, as empresas poderão ter equipes com nível avançado de senioridade e, acima de tudo, mais diversas.
Agora, aproveite e conheça melhor a Coodesh e as nossas soluções para empresas e desenvolvedores.