Como adotar boas práticas de ESG para atrair e reter talentos tech?

Boas práticas de ESG nas empresas para atrair desenvolvedores

O tempo em que as empresas visavam apenas o lucro ficou para trás. Na atualidade, os negócios estão se fortalecendo sobre os pilares das boas práticas de ESG. Saiba neste conteúdo o que isso significa e como a sua empresa pode atrair e reter talentos de tecnologia adotando esse conceito. 

Para começar, vamos lembrar que ESG é o acrônimo dos termos em inglês: 

  • E: environmental (ambiental); 
  • S: social; 
  • G: governance (governança). 

Portanto, boas práticas de ESG demonstram que o negócio está engajado com causas socioambientais e de gestão de pessoas. Afinal, ela reconhece seu papel na sociedade. 

Mas, afinal, o que isso tem a ver com o recrutamento e seleção de profissionais de tecnologia, como os desenvolvedores de softwares? Acompanhe este conteúdo até o final e descubra como esse conceito pode te ajudar. 

O que é ESG? 

ESG é um conjunto de práticas e ações adotado pelas empresas. Ele reúne eixos voltados à sustentabilidade ambiental, gestão de pessoas e posicionamento social. 

O objetivo, portanto, é alinhar propósitos e resultados financeiros, sem causar impactos negativos nos três pilares: meio ambiente, pessoas e sociedade de modo geral. 

Enfim, as boas práticas de ESG são uma resposta aos anseios da sociedade e do mundo dos negócios. Se nos anos 70, por exemplo, as empresas estavam preocupadas com o lucro desenfreado, os novos arranjos sociais e econômicos trouxeram uma sociedade mais consciente e amadurecida. 

Essa nova visão, construída com o passar dos anos, exige novas práticas, legislações, relacionamentos, inclusão e a eliminação de muitos preconceitos. 

Paralelamente, essa nova roupagem está alinhada com o momento atual da inovação. Portanto, a digitalização de serviços e o trabalho remoto fortalecem essas boas práticas de ESG, indo muito além da sustentabilidade ambiental. 

Mas, afinal, desde quando estamos falando em boas práticas de ESG no mundo corporativo? Embora pareça algo extremamente novo, ligado ao momento pós-pandemia, o conceito é bem mais antigo. Confira a sua origem a seguir. 

Quando surgiu o conceito de ESG? 

A preocupação com a preservação do meio ambiente começou em meados dos anos 90. Contudo, a inclusão dos temas governança e sociedade formando o tripé do ESG é mais recente. 

Aliás, o termo foi usado pela primeira vez no relatório “Who Cares Wins” (“Ganha quem se importa”) liderado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no ano de 2004. 

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Na ocasião, 20 instituições financeiras de nove países (entre eles o Brasil) discutiram como incluir questões socioambientais nas transações financeiras. O relatório concluiu que o tema gerava melhores resultados na sociedade. 

Desse modo, o conceito se expandiu para outros setores até que, hoje em dia, está presente em órgãos públicos e empresas de todos os setores e portes. 

Como funcionam as boas práticas de ESG?

Confira agora como colocar em prática as boas práticas de ESG na sua empresa e, assim, gerar uma conexão e uma percepção positiva nos seus colaboradores, fornecedores, clientes e candidatos(as) às suas vagas. 

Environmental (ambiental)

O quesito ambiental verifica como o negócio lida com o meio ambiente e qual é o seu posicionamento na preservação dos recursos naturais. 

  • Digitalização dos serviços de toda a parte burocrática; 
  • Gestão de resíduos; 
  • Incentivo ao trabalho remoto (se possível); 
  • Política de desmatamento; 
  • Uso racional da água e da energia elétrica; 
  • Incentivo ao uso de fontes de energia renovável; 
  • Logística reversa dos produtos. 

Social

Já no item social, entra em pauta como a empresa trata os funcionários e os seus dependentes. 

  • Verificação da taxa de turnover; 
  • Implantação de um plano de carreira; 
  • Licença-paternidade e maternidade estendidos; 
  • Política de benefícios; 
  • Checagem do nível de envolvimento dos funcionários com a gestão da empresa; 
  • Inclusão e diversidade; 
  • Verificação de programas de treinamento, qualificação e desenvolvimento do profissional; 
  • Salários justos; 
  • Gestão de relacionamento com o cliente; 
  • Boas práticas de relacionamento com fornecedores; 
  • Monitoramento dos fornecedores com o objetivo de identificar trabalho infantil, trabalho escravo ou atuação em desmatamentos. 

Governance (governança)

O último item é o de governança, que revela como os gestores, líderes, diretores e fundadores administram a empresa e guiam-se na tomada de decisões. 

  • Política de remuneração dos sócios; 
  • Transparência contábil e financeira; 
  • Prestação de contas aos órgãos de fiscalização; 
  • Práticas anticorrupção; 
  • Gestão de riscos; 
  • Adoção de normas de segurança. 

Por que as boas práticas de ESG despertam a atenção do mercado financeiro? 

Valorizar o meio ambiente, o social e a governança no negócio acaba unindo o útil ao agradável, pois as empresas que adotam boas práticas de ESG despertam a atenção do mercado financeiro. 

Sendo assim, as ações dessas empresas estão em tendência de alta, ao passo que os consumidores também veem com bons olhos as marcas que valorizam temas como preservação ambiental, inclusão e diversidade. 

Aliás, esse é um movimento que segue em crescimento. Para se ter uma ideia, os termos “investimento ético” e “conceito ESG” alcançaram os maiores picos de pesquisa dos últimos cinco anos em 2020, segundo o Google.   

Ademais, a tendência deve continuar nos próximos anos. Uma pesquisa da S&P Global Ratings aponta, por exemplo, que as emissões de títulos ligados ao conceito de ESG devem atingir US$ 700 bilhões. 

Como o ESG pode ajudar na atração e retenção de talentos de tecnologia? 

Já é de conhecimento da área de Gestão de Pessoas que somente o salário não é um fator decisivo para quem está participando de um processo de seleção

Sendo assim, as boas práticas de ESG são consideradas por profissionais, especialmente das gerações Z e Y (veja mais sobre isso a seguir). 

Para comprovar essa tese, um levantamento da empresa de consultoria Robert Half identificou que 83% das pessoas entrevistadas, entre profissionais de RH, consultores e executivos), apontam o ESG como um fator preponderante para aceitar uma proposta de emprego. 

A média é semelhante à registrada na pesquisa da Talenses Executive, feita em 2021: 90% dos entrevistados afirmam que as boas práticas de ESG ajudam na atração de talentos. 

Mas, afinal, qual é a diferença quando trazemos essa realidade para o setor de tecnologia? 

Por certo, existe um apagão de mão de obra na área de desenvolvimento de software e aplicativos. Isso porque estima-se que até 2024 existam 300 mil vagas em aberto no Brasil na área de Tecnologia da Informação. 

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Employer Branding

Por essa razão, quando uma empresa tem um diferencial, como é o do ESG, a atração de talentos tech é facilitada. Isso se reflete, aliás, no employer branding, que é a percepção positiva da empresa na comunidade externa, que se sente atraída pelo ideal de pertencer a uma marca que valoriza os aspectos socioambientais e culturais. 

Então, vamos além nessa reflexão? Um dos pilares do ESG é o Social, que envolve a maneira como a organização trata seus funcionários. Nesse sentido, a retenção de talentos tech é confirmada por meio de ações como a oferta de benefícios trabalhistas, licenças estendidas (licença-paternidade de 5 para 20 dias, por exemplo), planos de carreira, plano de participação nos lucros e, acima de tudo, a condução de uma gestão humanizada. 

Como as boas práticas de ESG impactam nas gerações Baby Boomer, X, Y e Z? 

Em suma, a valorização da sustentabilidade, da administração humanizada e de uma política interna pautada pela ética – temas que marcam as boas práticas de ESG – não são tão recentes, mas se tornaram tendências a partir das últimas décadas. 

Por consequência, o ESG impacta de maneiras diversas nas gerações. Por certo, essa visão tem forte influência sobre as gerações Y e Z. Isso decorre de uma série de acontecimentos globais, como as influências de grandes personalidades. 

Entre elas estão a paquistanesa Malala Yousafzai (nascida em 1997) e a ativista ambiental Greta Thunberg (nascida em 2003). Malala foi baleada aos 15 anos de idade porque queria estudar. Anos depois, ela foi a pessoa mais jovem a receber o prêmio Nobel da Paz. Já Greta ainda influencia a geração Z com protestos em prol das condições climáticas. 

Mas essas e tantas outras personalidades não impedem que as gerações anteriores também mudem seu olhar sobre a nossa relação com o mundo do trabalho, das relações sociais e da preservação do meio ambiente. 

Gerações 

Enfim, só para lembrar, veja em qual geração você melhor se encaixa: 

Baby Boomer: pessoas nascidas entre 1946 e 1964, fruto do aumento da taxa de natalidade após a 2.ª Guerra Mundial; 

X: nascidos entre as décadas de 1960 e 1980, no período analógico e marcado por lutas sociais; 

Y: também conhecidos como Millennials, eles nasceram entre a década de 1980 e o início dos anos 90 e viveram o início da internet, experimentando um novo mundo, totalmente globalizado; 

Z: nascidos entre a segunda metade dos anos 90 e o início da década de 2010. Vivenciaram, desde pequenos, a popularização da internet e da transformação digital. 

Desse modo, com a democratização da internet, da comunicação horizontal e do poder de escolha na hora de consumir produtos e serviços, as gerações mais recentes tornaram-se mais ativas e exigentes. Exatamente pela construção desse novo perfil de público consumidor é que as empresas têm buscado diferenciais, a exemplo das boas práticas de ESG. 

As boas práticas de ESG são restritas às grandes empresas? 

Contudo, pode-se imaginar que as boas práticas de ESG se restringem às grandes corporações. Entretanto, isso não é verdade. 

Afinal de contas, pautar a administração de uma organização pelo foco ambiental, social e de governança é algo possível para empresas de todos os tamanhos. Isso porque se você, como gestor, pretende ter uma marca alinhada ao perfil de consumidor do século 21, precisa ter o ESG como norte das suas ações. 

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Sendo assim, as grandes empresas apenas ajustam o investimento conforme o tamanho da organização e, como resultado, acabam investindo em grandes ações que impactam um número maior de pessoas. 

Enquanto isso, as pequenas e médias empresas podem desenvolver ações que ressaltem os valores éticos. Como resultado, podem alcançar vantagens competitivas, entre elas: 

  • Atrair investidores preocupados com os pilares do ESG; 
  • Promover a sua expansão através de medidas sustentáveis; 
  • Tornar-se fornecedor e parceiro de empresas que também adotam estratégias de ESG; 
  • Aumentar a sua reputação perante o público interno e externo. 

Como fazer? 

Enfim, como você viu no início deste conteúdo, existem muitas formas de aplicar os fundamentos do ESG no seu negócio, independentemente do porte. Mas não custa lembrar alguns exemplos de práticas que podem ser implementadas. Anote aí! 

Ambiental 

  • Reduza o impacto ambiental usando água e energia elétrica de forma racional; 
  • Prefira fontes de energia renovável, como energia solar, e reaproveitamento da água da chuva para limpeza; 
  • Digitalize processos, evitando o uso de papel; 
  • Prefira reuniões remotas para evitar o uso do automóvel nos deslocamentos; 
  • Crie programas de incentivo de uso do transporte coletivo e de bicicletas; 
  • Se possível, adote o home office. 

Social

  • Promova ações que valorizem a diversidade e a inclusão, como a contratação de mulheres, pessoas pretas, pessoas LGBT e pessoas com deficiência; 
  • Invista em ações de saúde e segurança do trabalho; 
  • Ofereça garantias trabalhistas; 
  • Opte por fornecedores locais para promover o desenvolvimento econômico e social da sua cidade. 

Governança 

  • Tenha uma gestão pautada na conduta ética; 
  • Iniba práticas ilegais, como assédio moral, corrupção e discriminação;
  • Escolha fornecedores e parceiros alinhados às boas práticas de ESG. 

Conclusão 

Finalmente, diante de todos esses insights, como não adotar boas práticas de ESG na sua empresa para atrair e reter talentos de tecnologia? No princípio, pode ser um desafio. Afinal, toda mudança exige profissionais flexíveis e muitas adaptações. No entanto, é possível adequar a sua empresa aos anseios de um consumidor mais consciente. 

Nesse sentido, é importante a colaboração de todos os envolvidos, dos gestores ao setor operacional. E, é claro, essa adaptação exige planejamento e organização. 

No entanto, após a implantação, a atração de talentos de tecnologia se tornará um diferencial a ponto de repercutir na criação de um time mais coeso e alinhado com a nova cultura organizacional. 

E se você já está adotando boas práticas de ESG na sua startup, mas ainda enfrenta dificuldades no momento de contratar desenvolvedores alinhados ao fit cultural, conheça as soluções da Coodesh em recrutamento e seleção. 

Nesse sentido, a Coodesh é uma plataforma digital de recrutamento tech. Ao cadastrar sua empresa na plataforma, você poderá anunciar vagas, gerenciar candidaturas e ter acesso a um banco de talentos formado por desenvolvedores já validados. Que tal experimentar nosso plano gratuito?

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